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06/07/2009
 

 

Mestrado Profissional já é realidade na UFMG

Curso permite maior interface entre a produção acadêmica e a sociedade e gera ganhos relevantes para a indústria farmacêutica

Com o objetivo de aproximar o conhecimento acadêmico do mundo corporativo e, ao mesmo tempo, oferecer aos profissionais que já atuam no mercado um amplo aprofundamento em sua área formação, o mestrado profissional já é realidade em quase todo o país.

Atenta a esse cenário, a UFMG foi a primeira universidade de Minas a criar um mestrado profissional. O curso Inovação Biofarmacêutica – que também é o primeiro mestrado profissional do país voltado para a área de Biofarmacêutica – iniciou a primeira turma em março e vai ter duração de dois anos. O curso foi criado em parceria com a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Fisiologia e Farmacologia, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e tem apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica (INCT Nano-Biofar).

“No Brasil, são escassos os exemplos de produtos tecnológicos inovadores, frutos das interações universidade-empresa, que alcançam o mercado. Isso porque nosso país é carente de profissionais qualificados nas empresas para interagir com as universidades, no sentido de identificar, induzir e utilizar pesquisa de interesse para o setor privado. O nosso mestrado vem para suprir um pouco disso”, explica Frédéric Frézard, Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia.

O mestrado profissional em Inovação Biofarmacêutica é voltado para a formação de profissionais capazes de atuar na indústria farmacêutica e na pesquisa e desenvolvimento de produtos de alto valor agregado. De acordo com o professor Robson Santos, integrante da coordenação do curso e coordenador do INCT Nano-Biofar, a nova modalidade permite maior interface entre a produção acadêmica e a sociedade. “Falta tradição nas universidades para identificar oportunidades de negócio a partir de resultados de pesquisa, bem como para propiciar as interações universidade-empresa e viabilizar a transferência de tecnologias para o setor produtivo”, enfatiza o professor.

O mestrado profissional prevê a formação de profissionais para prestar serviços de desenvolvimento de produtos e processos tecnológicos para a indústria farmacêutica ou em escritórios de patentes; para realizar pesquisas de fronteira na universidade, visando o desenvolvimento de novos processos/produtos biofarmacêuticos; para promover a geração de empresas de base tecnológica e parcerias com empresas privadas e públicas e, finalmente, para atuar na cadeia de desenvolvimento de medicamentos.

A estrutura curricular do curso é composta por disciplinas de Fisiologia, Farmacologia, Biofísica, Química, Economia e Direito ligado à propriedade intelectual.

Mestrados profissionais no Brasil

O mestrado profissional foi criado em 1998 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), é dirigida à formação profissional, com estrutura curricular clara e consistentemente vinculada a sua especificidade, articulando o ensino com a aplicação profissional, de forma diferenciada e flexível. O curso admite regime de dedicação parcial, ou seja, o aluno consegue trabalhar e estudar, sem que um prejudique o outro.

Vale ressaltar que os mestrados profissionais existentes no país hoje mantém o mesmo nível de formação e prerrogativas idênticos aos do mestrado acadêmico, exigindo a apresentação de trabalho final sob a forma de dissertação, projeto, análise de casos, performance, produção artística, desenvolvimento de instrumentos, equipamentos, protótipos, entre outras, de acordo com a natureza da área e os fins do curso.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), de modo a incentivar a criação de mais mestrados profissionais no Brasil, vai fazer uma avaliação especial dos mestrados profissionais já existentes, levando em conta suas especificidades. O objetivo é atrair instituições que tenham boas especializações para que elas sejam transformadas em mestrados profissionais. A tendência é que isso aconteça até mesmo com residências médicas.

Com essa iniciativa, a Capes espera que esses cursos cheguem a ser pelo menos 25% dos mestrados existentes no País hoje, com cerca de 250 cursos, representando 18% do total. De acordo com os últimos dados disponíveis pela Capes, em 2007, número de alunos matriculados em mestrado profissional era de 7.638, ante 84.358 estudantes em mestrado.

Uma das finalidades da ampliação dos mestrados profissionais é facilitar o cumprimento da meta do Plano Nacional de Pós-Graduação de formar 16 mil doutores por ano até 2010. Atualmente, o Brasil ainda forma pouco mais de 10 mil ao ano.

Juliana Morato
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