Mestrado
Profissional já é realidade na UFMG
Curso permite maior interface entre a produção acadêmica
e a sociedade e gera ganhos relevantes para a indústria farmacêutica
Com o objetivo de aproximar o conhecimento acadêmico do mundo
corporativo e, ao mesmo tempo, oferecer aos profissionais que já
atuam no mercado um amplo aprofundamento em sua área formação,
o mestrado profissional já é realidade em quase todo
o país.
Atenta a esse cenário, a UFMG foi a primeira universidade
de Minas a criar um mestrado profissional. O curso Inovação
Biofarmacêutica – que também é o primeiro
mestrado profissional do país voltado para a área
de Biofarmacêutica – iniciou a primeira turma em março
e vai ter duração de dois anos. O curso foi criado
em parceria com a coordenação do Programa de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas: Fisiologia e Farmacologia,
do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e tem apoio
do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica
(INCT Nano-Biofar).
“No Brasil, são escassos os exemplos de produtos
tecnológicos inovadores, frutos das interações
universidade-empresa, que alcançam o mercado. Isso porque
nosso país é carente de profissionais qualificados
nas empresas para interagir com as universidades, no sentido de
identificar, induzir e utilizar pesquisa de interesse para o setor
privado. O nosso mestrado vem para suprir um pouco disso”,
explica Frédéric Frézard, Coordenador do Programa
de Pós-graduação em Ciências Biológicas
- Fisiologia e Farmacologia.
O mestrado profissional em Inovação Biofarmacêutica
é voltado para a formação de profissionais
capazes de atuar na indústria farmacêutica e na pesquisa
e desenvolvimento de produtos de alto valor agregado. De acordo
com o professor Robson Santos, integrante da coordenação
do curso e coordenador do INCT Nano-Biofar, a nova modalidade permite
maior interface entre a produção acadêmica e
a sociedade. “Falta tradição nas universidades
para identificar oportunidades de negócio a partir de resultados
de pesquisa, bem como para propiciar as interações
universidade-empresa e viabilizar a transferência de tecnologias
para o setor produtivo”, enfatiza o professor.
O mestrado profissional prevê a formação de
profissionais para prestar serviços de desenvolvimento de
produtos e processos tecnológicos para a indústria
farmacêutica ou em escritórios de patentes; para realizar
pesquisas de fronteira na universidade, visando o desenvolvimento
de novos processos/produtos biofarmacêuticos; para promover
a geração de empresas de base tecnológica e
parcerias com empresas privadas e públicas e, finalmente,
para atuar na cadeia de desenvolvimento de medicamentos.
A estrutura curricular do curso é composta por disciplinas
de Fisiologia, Farmacologia, Biofísica, Química, Economia
e Direito ligado à propriedade intelectual.
Mestrados profissionais no Brasil
O mestrado profissional foi criado em 1998 pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes),
é dirigida à formação profissional,
com estrutura curricular clara e consistentemente vinculada a sua
especificidade, articulando o ensino com a aplicação
profissional, de forma diferenciada e flexível. O curso admite
regime de dedicação parcial, ou seja, o aluno consegue
trabalhar e estudar, sem que um prejudique o outro.
Vale ressaltar que os mestrados profissionais existentes no país
hoje mantém o mesmo nível de formação
e prerrogativas idênticos aos do mestrado acadêmico,
exigindo a apresentação de trabalho final sob a forma
de dissertação, projeto, análise de casos,
performance, produção artística, desenvolvimento
de instrumentos, equipamentos, protótipos, entre outras,
de acordo com a natureza da área e os fins do curso.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
do Ensino Superior (Capes), de modo a incentivar a criação
de mais mestrados profissionais no Brasil, vai fazer uma avaliação
especial dos mestrados profissionais já existentes, levando
em conta suas especificidades. O objetivo é atrair instituições
que tenham boas especializações para que elas sejam
transformadas em mestrados profissionais. A tendência é
que isso aconteça até mesmo com residências
médicas.
Com essa iniciativa, a Capes espera que esses cursos cheguem a
ser pelo menos 25% dos mestrados existentes no País hoje,
com cerca de 250 cursos, representando 18% do total. De acordo com
os últimos dados disponíveis pela Capes, em 2007,
número de alunos matriculados em mestrado profissional era
de 7.638, ante 84.358 estudantes em mestrado.
Uma das finalidades da ampliação dos mestrados profissionais
é facilitar o cumprimento da meta do Plano Nacional de Pós-Graduação
de formar 16 mil doutores por ano até 2010. Atualmente, o
Brasil ainda forma pouco mais de 10 mil ao ano.
Juliana Morato
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