Duas patentes
internacionais são concedidas a pesquisadores do INCT –
NanoBiofar
Medicamentos patenteados na China e no Canadá trazem
inovações para o combate de doenças cardiovasculares,
como a hipertensão
Na vanguarda das pesquisas científicas, professores da Universidade
Federal de Minas Gerais - UFMG levam o que há de mais moderno
em termos de medicamentos para doenças cardiovasculares para
dois importantes mercados do mundo: China e Canadá.
Um medicamento cujo princípio ativo é a Angiotensina
(1-7), com sistema de liberação controlada, indicado
para o tratamento de doenças cardiovasculares, foi uma das
primeiras patentes do Brasil, na área farmacêutica,
concedida pela China. Já a formulação farmacêutica
contra a hipertensão, que aumenta a duração
do efeito de um anti-hipertensivo, administrado via oral, teve patente
aprovada no Canadá. Há também pedidos de proteção
intelectual dos mesmos medicamentos em análise na Coreia,
nos Estados Unidos, Europa, Índia, Japão e México.
Esta é a primeira patente concedida pela China à
UFMG e o medicamento é resultado de mais de 10 anos de pesquisas,
realizadas por uma equipe de mais de 20 pesquisadores, pertencentes
ao Laboratório de Hipertensão e ao Laboratório
de Formulações Químicas da UFMG, ambos vinculados
ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) –
NanoBiofar. “A metodologia patenteada diminui a velocidade
de absorção do medicamento no organismo e aumenta
a sua eficácia”, enfatiza Robson Santos, coordenador
do INCT-NanoBiofar e um dos inventores pela pesquisa. A princípio,
medicamento patenteado na China só poderá ser fabricado
na China, porém, poderá ser comercializado para qualquer
outro país.
Considerada a grande responsável por doenças coronarianas,
cerebrais e vasculares renais, a hipertensão é a principal
causa de morte e incapacidade entre adultos. Na maioria dos países,
mais de 20% da população adulta sofre de pressão
arterial elevada. “A formulação Angiotensina
(1-7) é uma inovação radical, ou seja, não
há nada nem parecido no mercado. Descobrimos uma propriedade
e inventamos uma formulação que pode contribuir para
melhorar a vida dos hipertensos”, completa professor Robson.
Com base na patente depositada na China, estão sendo realizados
os primeiros testes no Brasil.
Já a patente concedida pelo Canadá, cuja formulação
também foi criada por pesquisadores do INCT – NanoBiofar,
é referente a uma inovação incremental, ou
seja, nenhum novo medicamento foi inventado, apenas melhoraram um
medicamento que já existe no mercado. “O produto que
temos hoje disponível aos consumidores age por pouco tempo
e o que reformulamos, em vez de o paciente ter que tomar duas ou
três doses diárias, poderá vir a tomar uma só”,
diz o pesquisador Robson.
O medicamento está em fase de testes clínicos (fase
1/2), que avaliam a eficácia e a segurança. Depois
desses testes, já é possível iniciar a fase
3 e a possível comercialização do produto.
“O Canadá foi o primeiro país que julgou a patente.
A tendência é que ela também seja concedida
em outros países, inclusive o Brasil”, afirma Santos.
Vale lembrar que se os produtos forem patenteados no Brasil, a
indústria farmacêutica brasileira vai entrar de vez
no mercado, criando um produto inovador, que abre uma série
de possibilidades para o país.
Patentes no Brasil
O Brasil apresenta características peculiares em relação
à evolução do manejo da propriedade intelectual
e de inovação. Ao contrário do que ocorre em
alguns países, as universidades brasileiras, quando comparadas
ao setor industrial, lideram a produção de patentes.
E a UFMG despontou entre as universidades públicas com grande
número de pedidos de patente depositados no Brasil e no exterior,
bem como com a assinatura de contratos de transferência de
tecnologia para o setor privado.
É importante destacar que o conceito de propriedade intelectual
(PI) relaciona-se a bens intangíveis ou imateriais, ou seja,
a toda criação do intelecto, o que compreende capital
humano, capital organizacional, know-how, patentes, marcas, indicações
geográficas, direitos autorais e conhecimentos tradicionais,
entre outros.
Juliana Morato
Link Comunicação Empresarial
Assessora de Comunicação
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