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Notícias
 
22/01/2010
 
 

INCT da Fixação Biológica de Nitrogênio desenvolve bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento vegetal para importantes culturas do agronegócio brasileiro

Após anos de trabalho o Núcleo de Fixação Biológica de Nitrogênio do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) modificou e selecionou variantes de estirpes da bactéria fixadora de nitrogênio e promotora do crescimento vegetal, Azospirillum brasilense , originalmente cedidas pela Dra. Johanna Döbereiner da Embrapa Agrobiologia. A Dra. Johanna Döbereiner, pesquisadora brasileira de renome internacional, foi pioneira e grande divulgadora da fixação de nitrogênio em plantas não-leguminosas, com grande impacto na pesquisa nacional e internacional. A eficiência agronômica destas variantes de Azospirillum brasilense foi comprovada para as culturas de cereais como arroz, trigo e milho em estudos de campo realizados pela Embrapa-Soja, Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Universidade Estadual de Maringá (UEM). Estes estudos mostraram incrementos na produtividade de grãos de até 11% na cultura do trigo e até 30% em milho.

Estas estirpes variantes foram oficialmente autorizadas para produção de inoculante no Brasil, conforme publicação do Diário Oficial da União (nº. 178, 17/09/2009, seção 1, página 7) e estão sendo distribuídas para as indústrias produtoras de inoculantes por este INCT. Estas são as primeiras estirpes de bactérias promotoras de crescimento de gramíneas fixadoras de nitrogênio aprovadas no Brasil. Digno de nota foi o registro junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (MAPA) do primeiro inoculante brasileiro contendo estas estirpes, com eficiência agronômica comprovada e lançado no mercado em 2009 pela Stoller do Brasil Ltda.

Ensaios de campo para comprovar a eficiência agronômica destas estirpes para outras culturas como cana-de-açúcar e de co-inoculação com rizóbios em soja e feijão têm se mostrado altamente promissores e em breve serão submetidos à apreciação da área técnica do MAPA.

Um inoculante para cana-de-açúcar, desenvolvido pela Embrapa Agrobiologia, participante deste INCT, e constituído por Azospirillum amazonense , Burkholderia tropica , Gluconacetobacter diazotrophicus , Herbaspirillum seropedicae e Herbaspirillum rubrisubalbicans , já teve sua eficiência agronômica comprovada em várias regiões produtoras do país e está em fase de licenciamento e transferência de tecnologia para o setor produtivo. Além deste, a Embrapa Agrobiologia já lançou um inoculante para milho a base de Herbaspirillum seropedicae, em fase de avaliação de sua eficiência agronômica.

O Núcleo de Desenvolvimento de Insumos Biológicos para a Agricultura (Nudiba) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), associado a este INCT, desenvolveu um novo e eficiente aditivo estabilizador de formulações de inoculante baseado em ácidos húmicos. Todo o pacote tecnológico desde a produção, isolamento, purificação e aplicação dos ácidos húmicos foi desenvolvido por este grupo de pesquisa. Estas inovações biotecnológicas estão sendo transferidas para a agro-indústria.

Deste modo, os resultados de anos de pesquisa com bactérias fixadoras de nitrogênio associativas e endofíticas para culturas não-leguminosas de grande impacto no agronegócio brasileiro estão sendo transferidos para a indústria e para o agricultor, trazendo reais benefícios para a sociedade brasileira. Os laboratórios participantes do INCT da Fixação Biológica de Nitrogênio orgulham-se desta realização e continuam trabalhando para o lançamento de novos produtos.

Fábio de Oliveira Pedrosa/ Coordenador do INCT FBN