Pesquisa do INCT de Estudos do Meio Ambiente vai usar Laser para medir emissões das indústrias de Cubatão-SP

O  LIDAR é um equipamento que permite a detecção de poluentes apontando sua luz para as chaminés industriais

A noite de Cubatão, cidade situada entre o litoral e o planalto do estado de São Paulo, ganhou nos últimos meses um colorido especial. Ao cair do sol, um feixe de luz verde passou a surgir no céu da cidade despertando a curiosidade e apreensão de muitos cubatenses. O que poucos sabem é que a misteriosa luz está inserindo o município em um seleto grupo de cidades ao redor do mundo que usam a mais alta tecnologia para monitoramento de emissões atmosféricas.

O “responsável” pela emissão do feixe de luz verde é o LIDAR um equipamento que permite mapear os compostos presentes no ar da atmosfera apontando um laser para a névoa ou fumaça; com esta tecnologia de ponta o LIDAR é capaz de mapear as emissões atmosféricas direcionando seu laser para chaminés industriais localizadas a quilômetros de distância. Isso ocorre por que o Lidar, semelhantemente ao radar, utiliza em vez de ondas de rádio, pulsos de luz para monitorar diferentes locais a grandes distâncias, provocando a curiosidade de quem a vê, geralmente à noite, quando se destaca, já que durante o dia é quase imperceptível .

O projeto inovador é desenvolvido por pesquisadores vinculados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Estudos do Meio Ambiente, que fica sediado no Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema) da Universidade de São Paulo em Cubatão-SP.

No final do ano passado foram realizados testes com o LIDAR na cidade, o que permitiu a obtenção dos primeiro resultados de monitoramento do ar da atmosfera, via laser, na região.

O coordenador do projeto, o professor Roberto Guardani, destaca que no mundo inteiro somente 20 grupos de pesquisa utilizam atualmente esta tecnologia associada, principalmente, a estudos em meteorologia e não especificamente para monitoramento da qualidade do ar. No Brasil, somente o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) tem um LIDAR móvel utilizado para estudos da atmosfera, ressaltando que Cubatão através do INCT de Estudos do MA passa agora a figurar nesta lista.

Diferenciando o equipamento das linhas de pesquisas meteorológicas Guardani explica que “esta tecnologia tem grande potencialidade para medir poluentes atmosféricos, como gás carbônico, material particulado e ozônio mapeando presença de poluentes na atmosfera cubatense”. Para ele a aplicação desta tecnologia para fins de monitoramento de poluentes poderá permitir, no futuro, ajustes quase que imediatos nos processos de emissão das indústrias. Desta forma, as emissões poderão ser monitoradas nas chaminés das indústrias de Cubatão, mesmo com o equipamento localizado a quilômetros de distância. O projeto reforça o propósito do INCT de estudos do MA e do Cepema-USP de colaborar com os avanços ambientais na cidade.

Ao inovar com a aplicação desta tecnologia para fins de medição de poluentes, o Instituto dá um grande passo para os estudos relacionados com qualidade do ar não só em Cubatão, mas em todo o Brasil.

Para saber mais, visite o site: www.cepema.usp.br e vá até link INCT.

Curiosidades

O nome? A sigla LIDAR deriva-se da frase do inglês Light Detection and Ranging que significa detecção de luz à distância. 

Como funciona? Como um radar, só que neste caso, utiliza em vez de ondas de rádio, pulsos de luz com o objetivo de detectar compostos a grandes distâncias . A partir destes pulsos o sistema mede o tempo transcorrido entre a emissão e o retorno e, nesse processo, é possível identificar a presença de diversos compostos químicos na atmosfera.

Responsável? Prof. Dr. Roberto Guardani , bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2,  Doutor em Engenharia Química pela USP, Professor Titular da Universidade de São Paulo e POLI-USP, com  experiência na área de Engenharia de Processos Químicos. Atua ainda como coordenador de projetos no Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema-USP) e INCT de Estudos do Meio Ambiente do Ministério Nacional da Ciência  tecnologia.

Apoio do projeto? Petrobrás, Fapesp e CNPq.

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Página do Instituto:

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