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Notícias
 
19/02/2010
 
 

ENTREVISTA: Alicia Kowaltowski – Professora do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP e membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Processos Redox em Biomedicina.

Indicada como coordenadora da Gordon Research Conference on Oxygen Radicals de 2014, a Professora Alicia Kowaltowski destaca a oportunidade, ao coordenar o congresso, de aumentar o reconhecimento internacional da ciência brasileira e latino-americana.

Como você avaliaria a Gordon em relação a outros meetings? No que ela se distingue, por exemplo, do meeting da SFRBM?

As reuniões Gordon envolvem um número limitado de pesquisadores (no caso 150-200), ocorrem em um local isolado, e incluem hospedagem e todas as refeições e atividades sociais, estimulando a interação entre os atendentes. Além disso, são eventos que procuram discutir dados altamente inovadores, ainda não publicados. Para permitir essa discussão sem que os pesquisadores sintam que estão expondo dados para seus competidores, o congresso não publica resumos, não permite fotografia ou gravação e considera os dados comunicados confidenciais. Como resultado, discussões científicas muito inovadoras ocorrem. Assim, os congressos ganharam muito prestígio ao longo dos anos, sendo frequentados por pesquisadores de ponta.
 

Qual a importância para a pesquisa latino-americana e brasileira de sua indicação como coordenadora da Gordon?

Coordenando o congresso, terei um papel decisivo no preparo do programa científico, estabelecendo quais pesquisadores da área serão convidados para apresentar seus dados. Será uma excelente oportunidade para indicar pesquisadores latino-americanos de excelência, aumentando sua visibilidade internacional. A nossa região produz ciência de alta qualidade, mas nós somos geograficamente isolados, resultando num reconhecimento menor do nosso trabalho. Eventos como esse são uma importante forma de ganhar reconhecimento internacional.
 
E em relação à sua pesquisa e à sua carreira?

Os coordenadores das Gordon Conferences são escolhidos durante o congresso, por eleição direta entre os participantes. O fato de ter sido eleita significa que sou uma pesquisadora reconhecida pelos meus pares, não só pela minha produção científica, mas também pela capacidade de gerenciar. Para mim, é uma validação que o nosso trabalho realmente adquiriu reconhecimento internacional, e um estímulo para continuar. Atribuo muito desse reconhecimento ao meu trabalho junto à SFRBM, impulsionado pelo grupo Redoxoma [INCT de Processos Redox em Biomedicina]. O Redoxoma tem um grupo de pesquisadores com elevada visibilidade internacional, trabalhando juntos para promover maior qualidade e visibilidade de nossa ciência. Conquistas como essa provam que esse tipo de iniciativa funciona.