...uma doença onde a morte toma o matiz e o
rubor da vida e a vida, a espantosa esqualidez da morte.
Charles Dickens, Nicholas Nickleby, 1871
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologiaé
focado no tema Tuberculose (TB) e visa o desenvolvimento de drogas
para tratar, vacinas para prevenir e ferramentas diagnósticas
para detectar e diferenciar o Mycobacterium tuberculosis,
agente causal de uma doença infecto-contagiosa que leva ao
óbito cerca de 2 milhões de pessoas/ano globalmente
e que coloca o Brasil na posição de 16º país
com maior incidência da doença dentre os 22 países
que contribuem com 80% da incidência global de TB.
Em 2004, de
acordo com a OMS, 300 mil novos casos foram registrados, onde o
bacilo tornou-se resistente a três das quatro drogas de primeira
linha. Mais recentemente, foi relatado pelo Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) o surgimento
de casos de TB extensivamente resistente a drogas, batizados de
XDR, definidos como casos em que o bacilo é resistente à
isoniazida, rifampicina (MDR-TB), às fluoroquinolonas e ao
menos a uma das três drogas injetáveis de segunda linha:
amicacina, canamicina ou capreomicina. A XDR-TB está amplamente
disseminada, levantando a perspectiva de casos de TB virtualmente
intratáveis.
A criação
do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose
busca promover a integração entre diferentes grupos
de pesquisa, com o objetivo de consolidar o desenvolvimento de drogas
e vacinas para TB no Brasil e fornecer um diagnóstico rápido
e confiável para a detecção de M. tuberculosis.
Além
disso, tem o objetivo de adquirir claros avanços no controle
e tratamento de TB, que será executado por meio de três
principais linhas de frente:
- identificação
de compostos líder com base em alvos definidos,
- desenvolvimento
racional de vacinas,
- o
desenvolvimento e validação de novos métodos
de diagnóstico de TB suscetível a drogas e resistente
a drogas e novos genótipos emergentes.
A proposta
do INCT-TB é inovadora porque contempla uma abordagem focada
no desenvolvimento de compostos químicos ativos contra alvos
validados de M. tuberculosis e uma abordagem racional de
novas vacinas para prevenir TB e detectar o bacilo.
O estabelecimento
de uma rede de grupos de pesquisa baseada em diferentes estados
do Brasil e o conhecimento profissional complementar dos participantes
dos grupos de pesquisa permitirá oportunidades inigualáveis
para atrelar a comunidade científica brasileira. Os benefícios
são enormes, incluindo treinamento científico de pesquisadores
para permitir o desenvolvimento de uma plataforma brasileira para
desenhar, produzir, caracterizar, testar e construir quatro novas
opções para combater a TB, que poderiam ser incorporadas
em setores públicos para produção, ou introduzidas
em pipelines de companhias farmacêuticas, tornando-as
disponíveis para pacientes. A maior expectativa do Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose é
desenvolver efetivamente um agente anti-TB eficiente e/ou uma vacina
eficiente para controlar a tuberculose com a abordagem "da bancada
à prateleira".
O INCT-TB
representa um passo em direção à consolidação
da rede de grupos de pesquisa com interesses e objetivos comuns,
assim como experiências complementares na tentativa de fornecer
soluções de cuidados da saúde. A maioria dos
grupos de pesquisa dessa proposta fizeram parte do Institutos do
Milênio fundado pelo CNPq-Brasil, o que permitiu a criação
da Rede-TB, e progressão da pesquisa contra a TB que resultou
em dezenas de publicações, dissertações,
teses e patentes
Coordenação do INCT-TB
O Prof. Diógenes
S. Santos (PUCRS, Porto Alegre - RS) é o coordenador
do instituto INCT-TB, e o Prof. Afrânio L. Kritski
(UFRJ, Rio de Janeiro - RJ) é o vice-coordenador .
O Comitê
Gestor é composto dos seguintes cientistas:
Dr. Diógenes
Santiago Santos: coordenador do INCT-TB (CNPq-1B)
Dr. Afrânio
Lineu Kritski: vice-coordenador do INCT-TB (CNPq-1A)
Dr. João
Batista Calixto (UFSC, Florianópolis - SC): CNPq-1A
Dr. Luiz
Gonzaga de França Lopes (UFC, Fortaleza - CE): CNPq-2
Dr. Reynaldo Dietze
(UFES, Vitória - ES)
Dr. Luiz Roberto Ribeiro Castello Branco (FIOCRUZ, Rio de Janeiro - RJ)
http://www.pucrs.br
diogenes@pucrs.br
Sede
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose está
sediado no Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional
do Instituto de Pesquisas Biomédicas, localizado no Parque
Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul (TECNOPUC) na Cidade de Porto Alegre.
Os laboratórios
do CPBMF-PUCRS dispõem de infra-estrutura para pesquisa biomédica
numa área total de aproximadamente 700 m2. Todos
os laboratórios são equipados com fiação
elétrica no-break, com uma rede centralizada que conecta
todos os computadores (11) na internet equipados com ferramentas
de bioinformática e biologia computacional de última
geração.
Há
equipamentos de lavagem e sistemas de purificação
de água (bi-destilador de quartzo e sistemas Milli-Q), tubulações
que fornecem N2, CO2, H2, Ar, amônia e gás
butano para cada laboratório individualmente, incluindo N2
para câmara fria (para concentração de amostra).
Além disso, existe um sistema centralizado de
vácuo distribuído em cada laboratório.
As instalações
de pesquisa permitem estudos em biologia molecular (aparelhos de
PCR em Tempo Real e de PCR "Endpoint", eletroporadores, Sistemas
de eletroforese, etc.), culturas celulares eucarióticas e
procarióticas (sistema de Imunocitometria FACSCanto II Beckton
Dickinson, capelas de fluxo laminar, agitadores, microscopia de
transmissão e de inversão, estufas de CO2,
etc.), purificação de proteínas (GE Healthcare
ÄKTA purifier, sistema Phast gel, aparelhos de ultrasom com
sondas especificas, prensa de French, sistema de ultrafiltração
Amicon, ultra-centrífugas, etc.), espectroscopia e enzimologia
(equipamento de stopped-flow Applied Photophysics SX.18MV-R,
espectrofotômetros, espectrofluorímetro e espectrofotômetro
de rápida varredura Shimadzu), síntese química
(HPLC, capelas a prova de explosão, vácuo, evaporadores
rotatórios, dessecadores, mantas de aquecimento, agitadores
etc.), termodinâmica (Microcalorímetro para titulação
isotérmica- iTC200 MicroCal), equipamentos de ressonância
plasmônica de superfície (Biacore X e Biacore T-100)
e espectrômetro de massa (QTLX Hybrid (Orbitrap)- Finningan
- Thermo).
Pelo fato do M.
tuberculosis ser um importante patógeno humano, treinamento
especial, técnicas e contenção são elementos
importantes para controlar os riscos de infecções
inerentes ao laboratório. As instalações do
CPBMF-PUCRS incluem um laboratório de contenção
de Biossegurança Nível 3 (NB-3), o qual é imprescindível
para manipulação apropriada de agentes biológicos
que possam causar doenças graves ou potencialmente letais
como resultado da exposição da rota inalatória
(tais como M. tuberculosis e outras micobactérias
patogênicas). O Laboratório de Biossegurança
Nível 3 é uma instalação moderna projetada
de acordo com as normas e solicitação nacionais e
internacionais. Estes incluem controle do acesso, uma área
especial de entrada, um sistema de exaustão de ventilação
que cria e mantém um fluxo de ar direcional (pressão
negativa), uma capela de segurança biológica, e uma
autoclave de passagem.
A capela de segurança
biológica classe II, onde as culturas de M. tuberculosis
são manipuladas, é equipada com filtros de partículas
aéreas de alta eficiência (HEPA), e todo sistema de
injeção de ar na instalação é
testado rotineiramente por engenheiros externos.
Todos os resíduos
das culturas e outros materiais são descontaminados por meio
de esterilização por vapor antes da eliminação
apropriada. Adicionalmente, os seguintes equipamentos estão
disponíveis no laboratório NB-3: duas estufas, um
espectrofotômentro, uma geladeira, um microscópio,
uma microcentrífuga, um eletroporador, desinfetantes, material
plástico descartável etc.
Treinamento em segurança
e boas práticas de laboratório são indispensáveis
para as pessoas trabalharem no laboratório NB-3, e um manual
NB-3 foi escrito para este propósito. Além disso,
o pessoal que trabalha neste laboratório utiliza vestimentas
protetoras individuais (roupas especiais, luvas, pró-pés
e máscaras) e deve seguir práticas e procedimentos
operacionais.
As instalações
do CPBMF-PUCRS também incluem um laboratório denominado
de Laboratório de Testes Pré-Clínicos totalmente
separado para contenção especialmente projetado para
manejo de animais (roedores). Esta instalação também
é equipada com um sistema de ventilação de
exaustão e uma capela de biossegurança classe II.
Todos os despejos contaminados são propriamente tratados
antes da eliminação segura. Seringas, agulhas e outros
materiais afiados são manejados com os devidos cuidados.
Após o uso, estes instrumentos são descartados em
container especial. Treinamento de segurança e boas
práticas de laboratório são seguidas pelo pessoal
do NB-3.
Estados
em que o INCT-TB está presente
Rio
Grande do Sul
PUCRS - Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul
FEPPS - Fundação
Estadual de Pesquisa e Produção em Saúde
HSP - Hospital Sanatório
Partenon
Santa
Catarina
UFSC - Universidade
Federal de Santa Catarina
Paraná
Universidade Federal
do Paraná
São
Paulo
Universidade de
São Paulo
Rio
de Janeiro
UFRJ - Universidade
Federal do Rio de Janeiro
Fiocruz - Fundação
Oswaldo Cruz
UGF - Universidade
Gama Filho
FAP - Fundação
Ataulpho de Paiva
Espírito
Santo
UFES - Universidade
Federal do Espírito Santo
Goiás
UFG - Universidade
Federal de Goiás
Bahia
CPGM/Fiocruz - Centro
de Pesquisas Gonçalo Muniz, Fiocruz
Ceará
Universidade Federal
do Ceará
Pesquisadores
envolvidos
NOME |
INSTITUIÇÃO |
Afrânio Lineu
Kritski |
UFRJ |
Ana Paula Junqueira Kipnis |
UFG |
Ana Lúcia Kern |
PUCRS |
André Arigoni Souto |
PUCRS |
Anne Dumond Villela |
PUCRS |
Anete Trajman |
UGF |
Antônio Ruffino Neto |
USP/RP |
Ardala Breda |
PUCRS |
Christian Macagnan Probst |
UFPR |
Cristiano Valim Bizarro |
PUCRS |
Diógenes Santiago
Santos |
PUCRS |
Eraldo Batista Junior |
PUCRS |
Fernanada Carvalho
de Mello Queiroz |
UFRJ |
Hector Ricardo Morbidoni |
Universidade Nacional de Rosario
(Argentina) |
João Batista Calixto |
UFSC |
José Aparício Brites
Funck |
PUCRS |
José Roberto lapa
e Silva |
UFRJ |
Lee Riley |
UC-Berkeley (EUA) |
Leila de Souza Fonseca |
UFRJ |
Luiz Augusto Basso |
PUCRS |
Luiz Cláudio Lazzarini
de Oliveira |
UFRJ |
Luiz Gonzaga França |
UFC |
Luiz Roberto Ribeiro
castelo Branco |
Fiocruz/FAP/RJ |
Marcelo Malaghini |
UFPR |
Maria Helena Feres
Saad |
Fiocruz/RJ |
Maria Lúcia Rosa
Rossetti |
FEPPS |
Maria Martha Campos |
PUCRS |
Martha Maria de Oliveira |
UFRJ |
Moisés Pallaci |
UFES |
Osmar Norberto de
Souza |
PUCRS |
Pablo Machado |
PUCRS |
Paula Eichler |
PUCRS |
Pedro Dornelles Picon |
HSP |
Phillip Noel Suffys |
Fiocruz/RJ |
Rafael Duarte da
Silva |
UFRJ |
Reynaldo Dietze |
UFES |
Samira Buhrer |
UFG |
Sergio Marcos Arruda |
CPGM/Fiocruz/Ba |
Valeria Cavalcanti
Rolla |
Fiocruz/RJ |
Valnês da Silva Junior |
PUCRS |
Vanete Thomaz Soccol |
UFPR |
Walter Filgueira
de Azevedo Junior |
PUCRS |
Walter Martin Roland Oleman |
UFRJ |
Atualização: 1º de junho de 2010 |