O TEMA
Em 1961, quando o astronauta russo Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a viajar pelo espaço, ele constatou: “A Terra é azul”. E é azul porque tem 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água, que cobrem 70% da superfície do planeta. Essa imagem fez o mundo imaginar que a água fosse um recurso abundante. Mas sabemos que apenas 0,003% desse vasto volume de água pode ser usado para saciar a sede humana e animal, para higiene ou agricultura. É uma mera colher de chá, comparada a uma banheira cheia.
O uso inteligente da água se dará com o envolvimento de diversos atores sociais e de todos os setores da economia.
É crescente a preocupação de governantes, pesquisadores, líderes empresariais e de muitas organizações sociais com a escassez da água para uso humano. O consumo aumenta mais que a população e a distribuição territorial da água é, em muitos casos, incompatível com sua demanda. Além disso, os processos intensos e desordenados de urbanização, industrialização e exploração agropecuária fazem com que parte da água disponível - tanto nas economias em desenvolvimento quanto nas desenvolvidas – esteja poluída. E isso ainda pode ser agravado pelas alterações climáticas globais. Esse cenário requer a proposição de soluções efetivas para o melhor aproveitamento e gestão da água para todos.
O Brasil detém as maiores reservas de água doce do mundo, mas não está livre de problemas. A deterioração qualitativa dos mananciais, ocasionada pelo lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento, compromete a manutenção da vida aquática e o uso dessa água pela sociedade.

O assoreamento dos corpos d’água, provocado pelo carreamento de partículas e o depósito de materiais nos leitos dos rios, favorece, dentre outros problemas, as inundações. Tais fatores culminam em danos crônicos nas áreas de saúde pública e de desenvolvimento social e econômico. A despeito dessas situações, nosso país possui grandes vantagens climáticas para aplicação, por exemplo, de ecotecnologias ainda pouco difundidas.

O uso inteligente da água se dará com o envolvimento de diversos atores sociais e de todos os setores da economia. Estudantes e jovens pesquisadores são essenciais para o desenvolvimento de ferramentas, metodologias e modelos inovadores que permitam, com a perspectiva da sustentabilidade, superar vários dos desafios mencionados.

Múltiplas soluções e tecnologias já foram criadas ou estão sendo pesquisadas em todo o Brasil. Por isso, o CNPq, a Fundação Roberto Marinho, a Gerdau e a GE convidam esses jovens a tornar públicas suas ideias no XXVII Prêmio Jovem Cientista, que este ano tem como tema “Água: Desafios da Sociedade”. Se você quer deixar sua marca na solução dos desafios ligados à água, participe.
A Terra é azul!
Yuri Gagarin