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Se ao ler essa expressão o que vem à sua cabeça são apenas imagens de grandes unidades de conservação, prepare-se para ampliar seu repertório!
O conceito de área protegida vem sendo construído há alguns milhares de anos nas sociedades humanas, e se remete a épocas pré-medievais. Um marco importante, já bem mais recente, ocorreu em 1872, com a implementação do Parque Nacional de Yellowstone, cuja criação teve como intuito conservar belas paisagens para gerações futuras e proteger as plantas e animais ali presentes. No Brasil, as primeiras iniciativas de criação de áreas protegidas apareceram no período colonial, e dois dos seus marcos mais expressivos foram a criação do Código Florestal Brasileiro, em 1934, e a instituição do primeiro Parque Nacional do Brasil: o Parque Nacional de Itatiaia, 1937.
Foto: Eric Vaughn. Licença CC BY-AS 2.0Áreas protegidas são áreas com limites geográficos definidos e reconhecidos, que buscam atingir a conservação da natureza, de seus serviços ecossistêmicos e valores culturais associados de forma duradoura, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Ou seja, podemos chamar de áreas protegidas corredores ecológicos, áreas de preservação permanente como matas ciliares, monumentos arqueológicos e pré-históricos, zonas de amortecimento, áreas terrestres e marinhas do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), territórios quilombolas, terras e reservas indígenas, áreas tombadas, locais de interesse turístico, reservas legais, reservas da biosfera, jardins botânicos, hortos florestais e até jardins zoológicos.
Foto: Otávio Nogueira. Licença CC BY-AS 2.0Preservar está relacionado a proteção integral, se refere a "intocabilidade" de áreas e recursos. Já o termo conservar está ligado a ideia de proteção, porém podendo ser conciliada com o uso sustentável, sempre por meio de interações harmônicas entre natureza e ser humano.
O Dicionário Ambiental apresenta conceitos que você precisa saber para entender as notícias e leituras sobre o meio ambiente.
Você deve estar se perguntando o que são estas áreas terrestres e marinhas do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) mencionadas no texto acima?
Então vamos lá: as Unidades de Conservação (UCS) são territórios que apresentam características naturais relevantes, definidas pelo Poder Público como áreas destinadas à conservação. As UCs podem ser divididas em duas categorias, de acordo com os tipos de uso, manejo e objetivos de sua delimitação, podendo ser Unidades de Proteção Integral ou Unidades de Uso Sustentável.
As Unidades de Proteção Integral têm como finalidade a preservação do meio ambiente e podem ser divididas em cinco categorias:
As Unidades de Uso Sustentável têm como objetivo conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais. Podem ser divididas em:
Sabia que o Brasil abriga a maior BIODIVERSIDADE do planeta? Informações sobre ela estão disponíveis pra você no Portal da Biodiversidade lançado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É possível realizar pesquisas, visualização e download de material e conferir o conhecimento científico produzido sobre espécies da fauna e da flora.
No portal, você encontra a ferramenta "Explore sua área", que permite ao usuário identificar, a partir da sua localização atual, a ocorrência de espécies em um raio de até 10 km. Já com a ferramenta "Adicionar Camadas Geoespaciais", é possível inserir as coordenadas geográficas de uma propriedade rural, por exemplo. Fonte: http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/7379-mma-e-icmbio-lancam-portal-da-biodiversidade
Na última década, a extensão ocupada por áreas protegidas no Brasil dobrou, passando de 38 para 77 milhões de hectares. Essa é uma boa notícia que traz com ela inúmeros desafios:
Para discutir e definir medidas estratégicas sobre essas e outras questões ambientais, grandes encontros de escala global têm ocorrido, como por exemplo, a criação da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) na Rio-92, a Rio+20 e a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), sendo que um dos objetivos dessas convenções foi estabelecer princípios e diretrizes para assegurar o uso sustentável e a conservação da biodiversidade.
Para cumprir o que foi acordado na CDB e propiciar melhores condições de participação da sociedade brasileira no enfrentamento dos desafios na área da conservação e na busca por ampliar o protagonismo social na elaboração das políticas públicas de conservação da biodiversidade, foram criados, em 2006, dois documentos:
Além desse esforço por parte do governo, você sabia que, por lei, todos temos direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado? A Constituição Federal (1988) trata de questões referentes ao meio ambiente, como, por exemplo, no artigo 225, § 1º, inciso III, quando diz que:
"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."
Nesse vídeo vemos que alguns grupos e organizações têm utilizado ações de comunicação para espalhar suas ideias.
Assim como a ONG Conservação Internacional, outras grandes organizações como o Greenpeace, SOS Mata Atlântica, WWF, e Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, têm utilizado estratégia de divulgação em meios de comunicação para mobilizar a população em prol de causas ambientais. As campanhas são muitas vezes inovadoras e inusitadas, podem ser cômicas, ou até tocar em questões bem profundas da nossa essência humana. A articulação de artistas e figuras públicas também é uma estratégia muito utilizada, afinal é muito mais fácil confiar em alguém que admiramos e/ou conhecemos, ou achamos que conhecemos.
Várias outras formas de comunicação são utilizadas para veicular mensagens de conservação, que tal conhecer algumas?
Por volta dos anos 70, temos o surgimento, na Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo), da Educomunicação, que pode ser definida como um campo de estudos e práticas pedagógicas que propõe uma interface entre a comunicação e a educação, utilizando da comunicação como ferramenta de intervenção social.
Vamos conhecer, agora, alguns exemplos de trabalhos desenvolvidos no âmbito da Educomunicação?
Você encontra todas as orientações para criação de um Coletivo Jovem de Meio Ambiente aqui na Cartilha CJMA.
Olha quantas oportunidades legais de levar a Educomunicação para sua escola! Depois de conhecer tantos projetos inspiradores, como ficar de braços cruzados? E se você desenvolvesse uma iniciativa voltada para a conservação da natureza propondo projetos de pesquisa em educomunicação em sua escola? Por que não utilizar tecnologias e meios de comunicação a favor do meio ambiente? Que tal usar as mídias para fortalecer as ações de valorização das áreas protegidas? A natureza agradece!
Consultora de Conteúdo: Ivy Frizo
Consultora para Percurso Pedagógico: Eliane Masseno
Coordenação: André Luiz Pinto
Revisão equipe Fundação Roberto Marinho.
BRASIL, 1965. Novo Código Florestal Brasileiro. Lei 4771/65. Brasília, DF, Senado.
BRASIL. 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado.
BRASIL, 2000. Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza. Lei 9985/00, Brasília, DF, Senado.
BRASIL, 2005. Coletivos Jovens de Meio Ambiente: Manual Orientador. Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental. Ministério da Educação. Coordenação-Geral de Educação Ambiental. 40 p.
BRASIL, 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas - PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras providências. DECRETO nº 5.758. Brasília, DF, Senado.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Brasília: MMA, 2011. 76 p.
FIGUEIREDO, A.L.C.B., LIMA, A., MENDONÇA, F.C., MORAIS, F.M.R., et al. 2012. Diretrizes para Estratégia Nacional de Comunicação e Educação Ambiental em Unidades de Conservação - ENCEA. MMA - Ministério do Meio Ambiente, ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 46 p.
PEREIRA, F. P. 2008. Espaços territoriais especialmente protegidos: conceitos e implicações jurídicas. Ambiente & Sociedade, Campinas: v. XI, n. 1, p. 81097.
SOARES, D. 2006. Educomunicação - o que é isto? Gens - Instituto de Educação e Cultura. São Paulo, 12 p.
http://www.maternatura.org.br/nossas-acoes/projetos/ (Consultado em 19/09/2017)
https://www.sosma.org.br/?s=Campanhas&post_type=post&enviar_x=0&enviar_y=0 (Consultado em 20/09/2017)
http://www.conservation.org/global/brasil/Pages/anaturezaestafalando.aspx (Consultado em 21/09/2017)
https://www.onginterferencia.org/ (Consultado em 18/09/2017)
http://educorumbatai.blogspot.com.br/ (Consultado em 20/09/2017)
https://uc.socioambiental.org/introdu%C3%A7%C3%A3o/o-que-s%C3%A3o-%C3%A1reas-protegidas (Consultado em 18/09/2017)